Já está à venda o 1º volume – Contrato com Deus, de Will Eisner – desta imprescindível colecção, que “explora a dimensão literária da BD em histórias de grande fôlego”, assinadas por alguns dos mais emblemáticos autores “da Banda Desenhada dos quatro cantos do planeta”. Segue-se a sinopse descritiva de Contrato com Deus, publicada no jornal Público de sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015.
Colecção “Novela Gráfica” – Vol. 1
28 Feb 2015 Leave a comment
in Escaparate Tags: Contrato com Deus, Novela Gráfica, Público, Will Eisner
Histórias Fantásticas de Edgar Poe – 3
25 Feb 2015 Leave a comment
in Clássicos ilustrados Tags: Cavaleiro Andante, Conan Doyle, Contos Fantásticos, Diabrete, Edgar Allan Poe, Fernando Bento
“O Escaravelho de Ouro”
Depois de Catherine Labey, é a vez de prestarmos de novo homenagem ao prolífico ta- lento de Fernando Bento, aproveitando a temática rela- cionada com Edgar Allan Poe, pois o grande mestre da BD portuguesa que nos presenteou com tantas obras- -primas no Diabrete, no Cavaleiro Andante, no Pajem e noutras publicações juvenis, também recriou a seu modo um dos contos mais célebres de Poe, em que o novelista usou minuciosamente a escrita criptográfica para revelar aos leitores o segredo contido num velho pergaminho e num escaravelho dourado com aspecto de caveira. Lemos esta história pela primeira vez no Diabrete, numa adaptação subordinada ao título Contos Fantásticos, publicada em folhetins destacáveis entre os nºs 474 e 502 do “grande camaradão”… e jamais a esquecemos!
Como já referimos num post anterior, a obra de Edgar Poe é bem conhecida, não só através dos seus contos, dos seus poemas, das suas narrativas fantásticas, mas também das adaptações que surgiram em vários filmes (os melhores realizados por Roger Corman) e noutras áreas, como a ilustração e a BD; e até em livros de autores que, recriando Poe, se inspiraram igualmente na mais pura fantasia, dando-lhe outra perso- nalidade, outro espírito e outra exis- tência, bem ao jeito dos seus extra- ordinários personagens (Alberto Fortes: Amargas Foram as Horas – As Aventuras do Pirata Edgar Allan Poe, Editorial Teorema, 2001).
Quanto à arte singular e primorosa de Fernando Bento, ela quase que dispensa apresentações, pois espraiou-se por um número incontável de jornais, revistas, livros, compêndios escolares, almanaques, suplementos, num conjunto que surpreende e encanta tanto pela variedade como pela inexcedível fantasia de um traço fluido, irrequieto, versátil e sempre atraente, mesmo quando trai a mão veloz de um desenhador atarefado que raramente falhava os seus prazos.
No último período da sua colaboração para o Cavaleiro Andante, Bento adaptou dois grandes mestres da literatura policial, Conan Doyle e Edgar Poe, dando-nos do primeiro, com um traço denso, em que só usou o pincel, algumas singulares versões das melhores aventuras de Sherlock Holmes (mesmo as apócrifas, como A Sociedade dos 13), e de Poe uma fiel inter- pretação do labiríntico enigma des- crito no clássico O Escaravelho de Ouro, já sem o fulgor (dirão alguns) dos seus melhores traba- lhos, mas de traço ainda vigoroso, fluido e expressivo, sublinhando, com o seu apurado jogo de sombras, a atmosfera de mistério, suspense e lúgubre poesia que povoa quase todos os relatos do genial e atormentado escritor norte-americano.
Resta-nos imaginar o que a inspirada visão de Fernando Bento e a magia febril do seu traço poderiam ter feito se, em vez de optar por dois clássicos da literatura juvenil, também de fundo policial, como Emílio e os Detectives e Emílio e os Três Gémeos, de Erich Kästner, e por outras obras de célebres escritores como Moby Dick, de Herman Melville, e Scaramouche, de Rafael Sabatini, tivesse dado preferência às fantásticas criações de Edgar Poe, como Os Crimes da Rua Morgue, O Gato Preto, O Poço e o Pêndulo, Hop-Frog ou Aventuras de Arthur Gordon Pym.
Mas talvez os responsáveis do Cavaleiro Andante não achassem as musas dilectas de Poe — simbolizadas por um “estranho” corvo vindo das trevas da noite, onde adejavam o mistério, o insólito, o macabro, o tétrico e o sobrenatural — um dos assuntos mais fascinantes e recomendáveis para apresentar aos seus juvenis leitores. Outros tempos, outras mentalidades…
Uma colecção a não perder!
24 Feb 2015 Leave a comment
in Escaparate Tags: BD de autor, Novela Gráfica, Público
A BD de autor regressa ao “Público”
21 Feb 2015 Leave a comment
in Escaparate Tags: Novela Gráfica, Público
Uma nova colecção a não perder,
com obras e autores de grande qualidade.
Já a partir de 26 de Fevereiro.
O famoso Carnaval do “Diabrete”
17 Feb 2015 Leave a comment
in Folhas soltas Tags: Carnaval, Diabrete, Fernando Bento
Associando-nos ao Gato Alfarrabista — o blogue mais antigo da nossa Loja de Papel, que cresceu bastante o ano passado —, assinalamos a passagem do Carnaval (que já foi mais trepidante e divertido em tempos idos) com três pitorescas ilustrações evocativas de uma das mais célebres revistas infanto-juvenis portuguesas e de um dos seus melhores colaboradores artísticos — em que mais uma vez se destacam a fértil fantasia, a graça esfuziante, o encanto lúdico e o apurado efeito decorativo da arte gráfica de Fernando Bento, que gostava de partilhar com o público infantil, especialmente nesta data, o espírito burlesco que animou tantas das suas criações, retratando um alegre “corso” carnavalesco nalgumas capas do Diabrete eternizadas pela magia do seu traço.
O mote do Entrudo repetiu-se nestas “endiabradas” cenas que fizeram as honras dos nºs 481 e 591, publicados respectivamente em 7/2/1948 e 26/2/1949. Quantos ilustradores infanto-juvenis seriam capazes de parodiar deste modo o Carnaval da gente nova? Para os leitores do “grande camaradão” da juventude portuguesa, a face risonha do Rei Momo e os seus folguedos teriam sempre o cunho da arte inimitável de Fernando Bento.
Ilustrador, pintor, caricaturista, figurinista e cenógrafo, além de publicista, Bento foi um autor versátil, fecundo, multifacetado, que deu vida e esplendor estético a algumas das mais belas páginas publicadas pelo Diabrete, na fase mais criativa e original da sua longa e triunfante carreira.
A arte de figurinista, que aprendeu e desenvolveu em contacto com os palcos do teatro de variedades, ao qual legou memoráveis criações enaltecidas pelos espectadores e pela crítica desse tempo, está patente em mais um tema carnavalesco com que encantou os leitores do Diabrete, convidando-os para um festivo baile de máscaras com os trajes concebidos pela sua fantasia.
É provável que algumas mães e avós mais habilidosas na arte do corte e costura tenham, a rogo dos seus petizes, experimentado confeccionar, árdua e pacientemente, um ou outro desses modelos, seduzidas também pela beleza artística do traço e dos figurinos de Mestre Fernando Bento, tal como foram estampados na capa do Diabrete nº 793, de 3/2/1951.
Belos tempos em que, ao festejarem o Entrudo, as revistas infanto-juvenis pretendiam também incutir no seu público um certo gosto estético.
O aniversário de Bécassine
04 Feb 2015 Leave a comment
in Folhas soltas Tags: Bécassine, Google, Joseph Pinchon, La Semaine de Suzette