Charles Perrault (1628-1703) ficou célebre pelos seus Contos da Mãe Ganso, cujo título foi, de início, Histoires ou contes du temps passé, avec des moralités. A obra tornou-se um clássico da literatura infantil, quase fazendo esquecer o resto da produção literária do seu autor. O essencial do trabalho de Perrault consistiu na recolha e transcrição de contos oriundos da tradição oral francesa. Foi um dos obreiros do género literário do conto maravilhoso para crianças, que teve o seu expoente no século XIX, com Hans Christian Andersen e os irmãos Grimm.
Autor de textos religiosos, chefe de fila dos Modernos na Querela dos Antigos e dos Modernos, Charles Perrault é recordado ainda hoje como um dos grandes autores do século XVII. Faleceu em Paris, a 16 de Maio de 1703.
Apresentamos seguidamente uma autêntica raridade, um livro-disco em cuja capa estava inserida a gravação, e para ouvi-la (música e vozes) era preciso meter o livro num gira- -discos; por isso, tem orifícios centrais em todas as páginas. É pena que na imagem da contracapa o orifício tenha ficado em cima do rosto da criança, defeito facilmente evitável subindo um pouco a ilustração. Foi publicado pela Electroliber, numa colecção com mais sete títulos, provavelmente dos anos 1960. Encontrámos a referência deste livro em francês (mas sem disco, e com a indicação de ser originário dos anos 1940/50).
«O Gato das Botas» foi ilustrado pelo holandês Truus Vinder (1903-1961), desenhador que recriou inúmeros contos tradicionais.
“Para além da inglesa, houve também edições noutras línguas estran- geiras: em francês (“L’histoire de Fatima racontée aux enfants”), em castelhano (“La historia de Fátima contada a los niños”) e em alemão (“Gechichte von Fatima erzählt für die Kleinen”).
A versão portuguesa saiu também sem qualquer data impressa, em 1957, ano de celebrações redondas, com o título “História de Fátima contada aos pequeninos”. As edições em línguas estrangeiras terão sido publicadas ligeiramente depois, no final desse mesmo ano ou no início de 1958. Existem versões impressas em papel (quase cartolina) e em pano, para os miúdos roerem ou levarem para o banho…”
Como era de prever, a iniciativa da Editorial Majora foi mais longe, oferecendo também aos seus pequenos leitores, além da versão em português deste livro sobre Fátima, três versões noutras línguas europeias (faltando só, entre as principais, o italiano). Presumivelmente não haverá diferenças na apresentação, mantendo-se os gentis desenhos de Laura Costa, a cores e em grande formato. Era interessante encontrar um desses livrinhos, pelo menos…
A versão que possuo, aqui parcialmente reproduzida, foi impressa em óptimo papel (quase cartão). Lembro-me dos livros de pano, mas com outras histórias, que se sujavam e estragavam mais depressa do que os outros. Comprei alguns para as minhas filhas, mas nunca reparei que elas os roessem!… 🙂