Calendários Ilustrados – 7

Mais uma magnífica ilustração do grande aguarelista Mário Costa (1902-1975), realizada para um dos calendários editados pela Empresa  Fabril do Norte, nos anos 50 do século passado. O tema versa, desta feita, a evolução do traje nas classes nobres, englobando várias épocas da nossa História, mas não sabemos, infelizmente, precisar o ano e o mês em que esta estampa foi publicada. Temos ainda outra para apresentar aos nossos leitores, numa próxima oportunidade.

Além da beleza da ilustração, no seu todo, aprecie-se o requinte das cores, dos trajes, dos adereços (os colares, as jóias, o leque, a espada) e até do cenário, com os vitrais a reflectirem a luz que ilumina um verdadeiro quadro de época.

Calendários Ilustrados – 6

Este mês, para preencher uma lamentável lacuna, pois faltam-nos algumas folhas (de Junho a Setembro) do calendário de 1957 que temos estado a apresentar, decidimos recorrer a outras ilustrações de Mário Costa (1902-1975), igualmente sobre temas portugueses, desta feita uma curta galeria (com mágoa nossa) de trajos da nobreza, usados em diversas épocas.

Julgamos que esses trabalhos foram publicados também pela Empresa Fabril do Norte nos seus calendários, pois Mário Costa tornou-se, durante a  década de 1950, um dos principais colaboradores desta empresa, que soube aliar a arte à propaganda comercial. Mas as ilustrações que temos são, infelizmente, isoladas, sem nenhuma data… e o próprio vendedor não soube elucidar-nos, embora seja provável que as tenha recortado de algum calendário.

Por isso, apresentamo-las a título, apenas, de curiosidade e como outro excelente exemplo da arte pictórica de Mário Costa, sem dúvida um dos maiores aguarelistas portugueses do século passado, cuja obra neste domínio permanece, ainda, quase ignorada dos que só o conhecem e admiram como colaborador de revistas juvenis, nomeadamente O Senhor Doutor e o Tic-Tac.

Calendários ilustrados – 5

Embora mais conhecido entre os leitores de revistas, sobretudo infanto-juvenis, pelas suas ilustrações a preto e branco, Mário Costa (1902-1975) foi um excelente pintor aguarelista de estilo figurativo que ganhou certa fama no apogeu da sua carreira, nomeadamente em trabalhos como os que temos apresentado, feitos para uma empresa fabril que valorizava a aliança com a criação artística através do mecenato — numa altura em que esta palavra tinha ainda pouco peso na sociedade, pois o principal “mecenas” (de um punhado de artistas e ofícios eleitos) era o próprio Estado centralizador e manipulador.

Com nítida predilecção por temas históricos, como outros artistas do seu tempo, Mário Costa escolheu um género pictórico em que o rigor das formas, das cores e dos volumes e a fiel reconstituição dos ambientes, dos trajes e dos objectos assumiam especial importância, reflectindo um conceito clássico então em muito em voga, que ele soube, no entanto, dosear com uma técnica mais moderna e dinâmica, herança do seu trabalho como ilustrador.  

Essa feliz conjugação de estilos está bem patente num quadro como o deste mês de Maio (há 61 anos!), recheado de pormenores e de “figurantes” — num alarde, objectivamente cinematográfico, de profundidade de campo —, em que a paleta de Mário Costa descreve os preparativos das viagens dos navegadores portugueses, na presença do rei todo-poderoso que tornou realidade o sonho do Infante D. Henrique: D. João II (1455-1495), o grande impulsionador da gesta dos Descobrimentos, o monarca que a História intitulou muito justamente, pela sua sabedoria de governante, O Príncipe Perfeito.

Calendários Ilustrados – 4

Continuamos a apresentar algumas folhas de um calendário com magníficas ilustrações de Mário Costa (1902-1975), reputado pintor aguarelista, com vasta obra sobre assuntos históricos, mas também como ilustrador de estilo moderno em publicações várias, entre elas revistas infanto-juvenis que marcaram uma época, como O Senhor Doutor, Pim-Pam-Pum e Tic-Tac. Teve também breve participação n’O Mosquito, onde foi reeditada a novela “O Filho do Faroleiro”, da autoria de António Feio, com desenhos de Mário Costa.

Na inolvidável série de quadros da História de Portugal que realizou para este calendário patrocinado por uma empresa fabril — perfeita aliança entre a criação artística e a propaganda comercial —, destacam-se vários temas e várias figuras que ficaram célebres, como a do insigne Condestável D. Nuno Álvares Pereira, herói e génio militar invencível que, ao lado do Mestre de Avis, futuro rei D. João I, combateu sem tréguas os castelhanos, tornando-se um paradigma de bravura e amor à pátria e um exemplo para muitos portugueses que ainda hesitavam em defender a independência do seu reino, submetidos à vontade das Cortes e dos nobres que apoiavam o rei de Castela.

Calendários Ilustrados – 3

Eis mais uma folha de um calendário com pinturas de Mário Costa (1902-1975), artista plástico de reais méritos que, como já tivemos ocasião de assinalar, também se distinguiu como ilustrador, nomeadamente nalgumas publicações infantis, desde O Senhor Doutor e o Rim-Tim-Tim ao Pim-Pam-Pum e ao Tic-Tac.

Mas foi sobretudo a sua obra como pintor que lhe deu fama, ao especializar-se num estilo figurativo muito em voga na plenitude da sua carreira (anos 1940/50), durante a qual abordou vários temas históricos, com um sentido rigoroso das formas, dos volumes e das cores, reconstituindo fielmente figuras e ambientes.

No quadro que hoje apresentamos, está expressivamente retratado um dos momentos mais trágicos da História de Portugal, na 1ª dinastia (1355), quando Inês de Castro, culpada apenas do seu amor proibido pelo infante D. Pedro, enfrentou a cruel sentença do rei D. Afonso IV, que a condenara à morte.

Calendários ilustrados – 2

Aqui está a segunda folha de um belíssimo calendário com pinturas de Mário Costa (1902-1975) sobre assuntos históricos — que, como referimos no post anterior desta rubrica, são o exemplo da aliança, que por vezes dá bons frutos, entre a criação artística e a propaganda comercial. Temos mais cinco para vos apresentar (porque infelizmente faltam-nos alguns meses deste calendário).

Artista multifacetado, Mário Costa distinguiu-se sobretudo como ilustrador em várias publicações periódicas, nomeadamente da imprensa infanto-juvenil, como O Senhor Doutor, o Rim-Tim-Tim, o Pim-Pam-Pum e o Tic-Tac. Com um estilo equilibrado, a preto e branco, fiel a alguns dos cânones estéticos mais modernos da época (mesmo sem ser um artista de vanguarda), deixou uma impressão indelével no espírito de muitos leitores desses títulos emblemáticos.

No que toca à minha experiência pessoal, recordo-me perfeitamente do fascínio que me causaram as ilustrações da novela “O Filho do Faroleiro”, publicadas com a sua assinatura n’O Mosquito, em 1946, e que — como vim a saber mais tarde — eram provenientes d’O Senhor Doutor, onde essa emocionante novela, da autoria de António Feio, surgiu pela, primeira vez, em 1938. Mas é a sua obra noutro domínio que quero agora realçar, oferecendo-vos um dos mais perfeitos exemplos que conheço do seu talento pictórico, aliado a uma inegável paixão pelos temas e pelas figuras mais célebres da nossa História.

Neste caso, trata-se de evocar a memória da Rainha Santa Isabel e da sua intervenção, como mensageira da paz, nas contendas entre o Rei D. Dinis e o seu primogénito, o príncipe herdeiro D. Afonso, impedindo que se travasse uma cruenta batalha, de incerto desfecho, nos campos de Alvalade (corria, agitada para a pátria portuguesa, a Primavera do ano de 1323).

Calendários Ilustrados – 1

Esta primeira folha de um belíssimo calendário, com pinturas de Mário Costa (1902-1975) sobre assuntos históricos — neste caso, a tomada de Lisboa aos mouros por D. Afonso Henriques —, é o exemplo da aliança, que por vezes dá bons frutos, entre o trabalho artístico e a propaganda comercial. A história das nossas artes gráficas e decorativas está recheada de momentos de feliz conjunção entre esses dois vectores tão distintos (a arte e o comércio), mas essenciais para o progresso cultural e material das sociedades mais modernas.

Artista bem conhecido dos leitores de publicações infanto-juvenis do século XX, por ter ilustrado muitas páginas d’O Senhor Doutor, do Rim-Tim-Tim, do Pim-Pam-Pum, do Tic-Tac, Mário Costa não deixou também por mãos alheias os seus créditos como pintor, especializando-se num estilo figurativo muito em voga nas primeiras décadas desse século.

Para os que só conheciam os seus trabalhos de ilustração, num estilo equilibrado e menos decorativo, a preto e branco, este calendário —  de que apresentaremos em breve outras folhas, embora, infelizmente, não as tenhamos na totalidade — será, sem dúvida, uma agradável surpresa.

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